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Blog de homenagem aos elementos do Destacamento de Fuzileiros N.º 4 - Angola 63/65
Um Homem Frei Paiva Boléo.
No seguimento dos actos de terror no Norte de Angola, o Almirante Roboredo e Silva, compreendeu a necessidade de a Marinha dispor de uma força anfíbia, de forma a poder participar no esforço de guerra que se avizinhava. Assim nomeou os seguintes quatro militares para reiniciar os fuzileiros:
2TEN Pascoal Rodrigues
MAR M Ludgero Silva
MAR M João Santinhos
MAR M Mário Claudino
São estes militares que seguem, em Agosto de 1960, para Inglaterra para frequentarem o curso «Command Course» no Centro de Formação dos Royal Marines, em Lympstone. Foram 13 semanas de extrema dureza física que estes homens souberam superar com distinção, indo ao ponto de o MAR Claudino obter o 1º lugar na marcha dos 60 Km. Na classificação final os portugueses quedaram-se nos dez primeiros lugares, entre 31 militares, onde se incluíam ingleses, portugueses e 1 americano.
Regressados a Portugal iniciam, no então Corpo de Marinheiros, a árdua tarefa de seleccionar e treinar os primeiros fuzileiros. É formada desta maneira o Destacamento de Fuzileiros Especiais Nº1 que seguiria para Angola em Novembro de 1961, antecedendo as unidades de fuzileiros que em 14 anos de guerra em África, envolveram cerca de 12.500 homens.
O ponto alto do dia passou pela significativa homenagem aos primeiros Fuzileiros do século XX, como se depreende do discurso do CALM Vargas de Matos, Comandante do Corpo de Fuzileiros: «… Assim este Museu dos Fuzileiros, espaço de cultura e abrigo de tantas das nossas memórias, ficará doravante um pouco mais rico. Vamos poder contar, a partir de hoje com uma moldura onde figuram as fotografias dos Primeiros Fuzileiros que há 45 anos, vencendo barreiras e desafios nos apontaram pelo exemplo o caminho a trilhar no futuro.»
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Pascoal Rodrigues, o homem que sonhou
Alberto Manuel Barreto Pascoal Rodrigues, 68 anos, natural de Lisboa, casado, pai de três filhas, e gerente de um grupo de fazendas no Estado do Paraná no Brasil, onde reside.
R.A. – Como é que sente este dia?
P.R. – Foi de facto uma surpresa, pela associação da homenagem com o reencontro do DFE4. Sinto ao mesmo tempo uma grande alegria por ter deixado qualquer coisa nestas paragens.
R.A. – Ainda se recorda do curso nos Royal Marines em 1960?
P.R. – Fisicamente foi violento, o que não foi surpresa, mas no final sentia-me outro homem. Pessoalmente fiz tudo para o poder ir frequentar, pois sentia que havia uma lacuna nessa área.
R.A. – E logo a seguir…
P.R. – O Almirante Roboredo chamou-me para iniciar os fuzileiros, o que foi extremamente gratificante para mim. Começou-se do nada, pois não existiam instalações, nem doutrina, nem pessoal, foi o desafio total.
R.A. – E que diz dos «fuzos» de hoje?
P.R. – Vim encontrar um Corpo de Fuzileiros como eu sonhava. Vim encontrar uma força de elite com um notável espírito de corpo, moderno e onde se respeita a história e as tradições, caminhando para o futuro sem esquecer as lições do passado.
R.A. – Quer deixar uma mensagem?
P.R. – Que tenham orgulho de serem fuzileiros, e que esse facto possa ter sempre visibilidade.
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A placa com as fotografias foi descerrada pelo próprio 1TEN REF Pascoal Rodrigues, que contou com a presença dos restantes homenageados –, SAJ FZ João Santinhos e SAJ FZ Ludgero Silva –, à excepção do SAJ FZ Mário Claudino que já nos deixou, e foi representado pela viúva Sr.ª D. Augusta Paulo.
O dia só terminaria com o almoço convívio do DFE4 onde, numa iniciativa da Associação de Fuzileiros, foi concedido o Diploma de Sócio Honorário aos quatro homenageados do dia.
A propósito das efemérides do dia, aqui se publica a primeira estrofe de um poema do SAJ FZ Ludgero Silva, mais conhecido pelo «Piçarra» pelo seu gosto versejador e fadista, com o título
«Quatro Fuzos»:
Quatro gotas de água caíram
Nos mares dos Descobrimentos
Se elevaram nos tempos, e saíram
Nas histórias, nas praias, e nos ventos.
In revista da Armada
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No passado dia 6 de Maio 2006, Alguns destes "Filhos da Escola" voltaram a juntar-se novamente, na casa Mãe, uma vez mais graças ao Carlos Ferreira “O Almada” (Ex-DFE4)".
Por motivos pessoais não pude fazer o acompanhamento do "16399", por isso a todos um abraço.